CARTA ABERTA À REDE GLOBO CONTRA A MENTIRA SOBRE OS PALESTINOS
A REDE GLOBO, DIREÇÃO E AUTOR DA NOVELA "AMOR À
VIDA", PRESTAM UM TRIBUTO AO ÓDIO E PRECONCEITO AO EXIBIR CENA ONDE
TRANSMITE O CONCEITO DE QUE TODOS OS PALESTINOS SÃO TERRORISTAS.
ISSO DEMONSTRA O QUANTO ESSA EMISSORA ESTÁ TOTALMENTE
DESCONECTADA COM A REALIDADE DO CONFLITO PALESTINO ISRAELENSE OU ESTÁ CONECTADA
COM SETORES MINORITÁRIOS DA SOCIEDADE BRASILEIRA QUE PREGAM A DISCRIMINAÇÃO
RACIAL, ÉTNICA E RELIGIOSA COMO FILOSOFIA DO AGIR E PENSAR.
MAL SABEM ESSES SENHORES DESSA EMISSORA QUE OS PALESTINOS
SÃO ÁRABES E QUE NO BRASIL HÁ MAIS DE 12 MILHÕES DE ÁRABES E SEUS DESCENDENTES(LIBANESES, SÍRIOS, LIBANESES, EGÍPCIOS, JORDANIANOS E OUTRAS NACIONALIDADES ÁRABES).
MAL SABEM ESSES SENHORES QUE AO OFENDER E DISCRIMINAR O POVO
PALESTINO ESTÃO DISCRIMINANDO NÃO SÓ OS BRASILEIROS ÁRABES, MAS TODA A NAÇÃO
BRASILEIRA QUE RECEBEU DE BRAÇOS ABERTOS ESSES ÁRABES QUE SEMPRE CONTRIBUÍRAM
PARA O DESENVOLVIMENTO E CONSTRUÇÃO DO BRASIL.
A HISTÓRIA DA PRESENÇA ÁRABE NO BRASIL ESTÁ PRESENTE DESDE A
CHEGADA DE PEDRO ÁLVARES CABRAL. EM TODOS OS RAMOS DA ATIVIDADE HUMANA ESTÃO
PRESENTES OS BRASILEIROS DE ORIGEM ÁRABE: CULTURA, CULINÁRIA,
ECONOMIA,MEDICINA, ENGENHARIA, POLITICA, COMÉRCIO E TANTAS OUTRAS ATIVIDADES.
EM VEZ DE PREGAR A PAZ ENTRE ISRAELENSES E PALESTINOS, ENTRE
ÁRABES E JUDEUS NO BRASIL, A DIREÇÃO DA REDE GLOBO PREGA O CONFLITO, IMPORTA O
CONFLITO DE MANEIRA IRRESPONSÁVEL E ENGAJADA. ÁRABES E JUDEUS NO BRASIL NUNCA
TIVERAM NENHUM TIPO DE PROBLEMA DE CONVIVÊNCIA E DIÁLOGO AQUI NO BRASIL. A
DIREÇÃO DA GLOBO NÃO QUER QUE CONTINUE ASSIM? A QUEM ESTÁ PRESTANDO ESSE
SERVIÇO DE GERAR ÓDIO E CONFLITO?
REPUDIAMOS, CONDENAMOS TAL LINHA DE AÇÃO E EXIGIMOS QUE OS
RESPONSÁVEIS PELA CENA SE RETRATEM E SE SE DESCULPEM COM OS PALESTINOS E OS
ÁRABES. É O MINIMO QUE PODERÃO FAZER PARA REPARAR ESSA DESASTROSA CENA VISTA
POR MILHÕES DE BRASILEIROS.
FEDERAÇÃO ÁRABE PALESTINA DO BRASIL
Representante da comunidade palestino brasileira
..........................................................................
PARA QUEM QUISER E PUDER ENVIAR SEU PEDIDO DE RETRATAÇÃO POR
PARTE DO AUTOR DA NOVELA EM RELAÇÃO A EPISÓDIO LAMENTÁVEL, LIGAR PARA A GLOBO,
O TELEFONE É 400-22884, SEM DDD. É SÓ CHAMAR DIRETO E FAZER A CRÍTICA.
..........................................................................
PARA ENTENDER MELHOR O FATO:
Não costumo assistir televisão e confesso que não é raro eu
me surpreender com algum tipo de discussão envolvendo algum episódio,personagem
ou desinformação sendo difundida de forma no mínimo leviana pela televisão
brasileira. Se considerarmos que as telenovelas também são possuidoras de uma
importância cultural e política, tendo em vista sua grande audiência e o fato
de que elas deixaram de ser apenas voltadas para o lazer para se tornarem um
espaço cultural de intervenção para a discussão e introdução de hábitos e
valores, talvez seja possível percorrer mais um caminho para se compreender a
forma como os árabes - e mais recentemente, os muçulmanos, são vistos no
Brasil.
Em 2010, realizei um levantamento exploratório com o intuito
de verificar a quantidade de novelas em que havia presente um ou mais
personagens árabes. O objetivo foi averiguar possíveis mudanças na forma como
eles estão presentes no imaginário social da população brasileira. Tal
levantamento permitiu constatar que entre 1967 e 2009 personagens árabes
apareceram com algum destaque em cerca de 10 telenovelas nacionais. Desse
total, os árabes adquiriram status de protagonistas principais em apenas duas
delas, a saber: "O Sheik de Agadir" (1967) e "O Clone"
(2001).
Um dos aspectos que mais chamou a atenção foi que após 2001,
ou seja, período correspondente àquele do atentado de 11 de setembro ao World
Trade Center nos EUA, a teledramaturgia brasileira levou quase uma década até
contar novamente com algum personagem de origem árabe.
Curiosamente – ou não-, em 2009, a emissora de televisão
Record lançou "Poder Paralelo",uma novela que contou com dois
personagens de origem árabe, os quais inauguraram uma nova forma de
representá-los na teledramaturgia brasileira aos caracterizá-los como
terroristas.
De lá para cá, eu não pude acompanhar com a devida atenção o
eventual aparecimento de personagens árabes (e/ou muçulmanos) em novelas
brasileiras, mas hoje me surpreendi ao ver uma discussão no grupo Somos Árabes
sobre um episódio ocorrido em um folhetim exibido atualmente: "Amor à
vida".
Como eu desconhecia atrama, tentei ler os comentários
deixados no grupo enquanto que me situava um pouco melhor em relação ao assunto
que teria gerado a polêmica. Por fim, após pesquisar um pouco - provavelmente
não com a atenção necessária, pois meu dia foi super corrido, eu percebi que
novamente a televisão brasileira tem prestado um desserviço à população
disseminando uma série de desinformações e estereótipos, caricaturas e
contribuindo para reforçar aquilo que o intelectual palestino Edward Said já chamava
atenção no final da década de 1970: o fato de que cada vez mais o árabe aparece
por toda a parte como algo ameaçador.
Se no Brasil esse imaginário demorou algumas décadas até
ganhar força, atualmente, parece que a nossa televisão brasileira não tem se
esforçado muito para esclarecer à população o quão prejudiciais esses
imaginários criados a respeito de culturas estrangeiras, religiões etc. podem
ser.
Lamento muito que o autor da novela exibida atualmente, o
senhor Walcyr Carrasco, não tenha sido capaz de romper com esse ciclo de
preconceito e desinformação a respeito do povo palestino. Inacreditável pensar
que cenas como essa que pode ser vista clicando no link entre parênteses
(http://extra.globo.com/tv-e-lazer/telinha/amor-vida-persio-revela-que-foi-terrorista-cogitou-ser-homem-bomba-10926733.html)sejam
exibidas de forma irresponsável, e que não gerem no mínimo um repúdio por parte
de uma sociedade como a nossa, que convive com distintas presenças árabe sem
tantas esferas do cotidiano e, a meu ver, deveria possuir esclarecimento
suficiente para compreender que o sofrimento de um povo e as dramáticas
consequências devem ser tratadas com o devido cuidado e respeito.
Do contrário,enquanto continuarem difundindo desinformação,
mais ódio nascerá nos corações das pessoas e mais distante da paz esse povo
ficará.
Deixo aqui, em nome do Presença Árabe no Brasil esta nota de
repúdio ao autor da novela, sugerindo ainda, que este senhor pesquise melhor
sobre aquilo a que se propõe escrever,tratando com respeito e responsabilidade
assuntos sérios que envolvem tanto sofrimento e dor. Demonizar uma religião ou
um povo é um ato grave,irresponsável e possui consequências desastrosas.
Patricia El - moor – Presença Árabe no Brasil
Retirado de: Blog do Turquinho
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Comente, aplauda, critique, respeite, tenha educação e seja muito bem vindo!